segunda-feira, 10 de março de 2014

REFLEXÃO SOBRE A NOSSA PRÁTICA NO ATENDIMENTO AOS ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO.

A escolha por essa ou outra teoria como fundamento da nossa prática não se prende a uma mera opinião, mas, ao reconhecimento de cada uma delas apresenta observações que precisam ser reconhecidas nas suas relevâncias. Considerando também que cada teoria elaborada oferece mais subsídios para pensar outras hipóteses que acabam por confirmá-la ou negá-la na construção de uma nova teoria.  
Virgolim (1997) informa que Sir Frances Galton (1869), na sua teoria da “inteligência fixa” prevê que o sujeito nasce e morre com o mesmo potencial de inteligência, observação que foi descartada mais tarde por outros pesquisadores.  Foram surgindo várias pesquisas e criações de métodos de medição do Coeficiente de Inteligência, passando pela Escala de Binet, esta, com a preocupação de atender a análise dos processos intelectuais complexos de imaginação e compreensão, que não eram contemplados nos testes anteriores.
Contamos com  grandes contribuições de pesquisadores como: Lewis Terman  que em 1920 impetrou uma relevante pesquisa cientifica a respeito das habilidades mentais superiores; Leta Hollinghworth, pioneira a considerar a escola responsável pela tarefa de educar e treinar as crianças com potencial elevado; Charles Spearman, com a teoria de vários fatores e não um fator geral para ser analisado na inteligência, inventou a técnica que se tornou a principal ferramenta para validação de constructos em psicometria; Guilford (1975-1979) com a teoria multifatorial, contemplando a criatividade nos testes de inteligência e Jean Piaget com a Teoria Interativa da Inteligência trazendo um entendimento a respeito da Contribuição genética associada a qualidade do ambienta como fatores influentes no desenvolvimento do potencial cognitivo.
Hoje, recorremos também aos resultados das pesquisas como as de Renzulli (1986) com a teoria dos três anéis para a avaliação da superdotação (alto desempenho, envolvimento com a tarefa e criatividade); Sternberg (1985) , ateoria triárquica para o entendimento do comportamento considerado extraordinariamente inteligente (subteoria componencial – mecanismos de análise, de lógica; subteoria experencial – habilidade de lidar com novidades; subteoria contextual – criatividade, relacionada a cultura, oportunidades do ambiente); Feldhusen (1992), também Interacionista;Gagné (1993) que diferencia os constructos “superdotação = competência” e “talento = desempenho” e Gardner (década de 1980) com a Teoria das Múltiplas Inteligências (Lógico-matemática, Linguística, Espacial, Físico-cinestésica, Interpessoal, Intrapessoal, Musical,  Natural e Existencial).
Zenita Guenther é um grande referencial brasileiro de trabalho com alunos com potenciais elevados no CEDETE ( Centrode para o  Desenvolvimento do Potencial e Talento) em Minas Gerais. Outros teóricos brasileiros têm dado grandes contribuições ao nosso trabalho no atendimento ao aluno com altas habilidades/superdotação.  
O conhecimento teórico ampara a nossa prática, embora, esta seja conduzida realmente, de acordo com cada realidade que se apresenta através do aluno que está sendo atendido. A complexidade humana requer muito mais que medição de Coeficiente de Inteligência e vai mais além das teorias de como a criança aprende. É no dia a dia, no conhecimento da totalidade do aluno em todos os aspectos que o constitui como indivíduo que encontramos as respostas sobre o caminho à percorrer no atendimento ao aluno com ah/sd.  
Consideramos que conhecer as teorias e a legislação que alicerça o atendimento das necessidades educacionais desse alunado é sem dúvida imprescindível para a realização de um trabalho seguro e eficaz.
Referências:
Angela M. R. Virgolim (1997).
http://virgolim.wikispaces.com/file/view/O+indiv%C3%ADduo+superdotado.pdf
Visualizado em 10/03/14, às 14:35

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