A escolha por
essa ou outra teoria como fundamento da nossa prática não se prende a uma mera
opinião, mas, ao reconhecimento de cada uma delas apresenta observações que
precisam ser reconhecidas nas suas relevâncias. Considerando também que cada
teoria elaborada oferece mais subsídios para pensar outras hipóteses que acabam
por confirmá-la ou negá-la na construção de uma nova teoria.
Virgolim (1997) informa que Sir Frances Galton (1869), na sua teoria da “inteligência fixa” prevê
que o sujeito nasce e morre com o mesmo potencial de inteligência, observação
que foi descartada mais tarde por outros pesquisadores. Foram surgindo
várias pesquisas e criações de métodos de medição do Coeficiente de
Inteligência, passando pela Escala de Binet,
esta, com a preocupação de atender a análise dos processos intelectuais
complexos de imaginação e compreensão, que não eram contemplados nos testes
anteriores.
Contamos com grandes contribuições de pesquisadores como: Lewis
Terman que em 1920 impetrou uma relevante pesquisa cientifica a respeito
das habilidades mentais superiores; Leta
Hollinghworth, pioneira a considerar a escola responsável pela tarefa de
educar e treinar as crianças com potencial elevado; Charles Spearman, com a teoria de vários fatores e não um fator
geral para ser analisado na inteligência, inventou a técnica que se tornou a
principal ferramenta para validação de constructos em psicometria; Guilford (1975-1979) com a teoria
multifatorial, contemplando a criatividade nos testes de inteligência e Jean Piaget com a Teoria Interativa da
Inteligência trazendo um entendimento a respeito da Contribuição genética
associada a qualidade do ambienta como fatores influentes no desenvolvimento do
potencial cognitivo.
Hoje, recorremos também aos resultados das pesquisas como as de Renzulli (1986) com a teoria dos três anéis
para a avaliação da superdotação (alto desempenho, envolvimento com a tarefa e
criatividade); Sternberg
(1985) , ateoria
triárquica para o entendimento do comportamento considerado extraordinariamente
inteligente (subteoria componencial – mecanismos de análise, de lógica;
subteoria experencial – habilidade de lidar com novidades; subteoria contextual
– criatividade, relacionada a cultura, oportunidades do ambiente); Feldhusen (1992),
também Interacionista;Gagné (1993) que diferencia os constructos
“superdotação = competência” e “talento = desempenho” e Gardner (década de 1980) com a Teoria das Múltiplas
Inteligências (Lógico-matemática, Linguística, Espacial, Físico-cinestésica,
Interpessoal, Intrapessoal, Musical, Natural e Existencial).
Zenita
Guenther é um grande
referencial brasileiro de trabalho com alunos com potenciais elevados no CEDETE
( Centrode para o Desenvolvimento do Potencial e Talento) em Minas
Gerais. Outros teóricos brasileiros têm dado grandes contribuições ao nosso
trabalho no atendimento ao aluno com altas habilidades/superdotação.
O conhecimento teórico ampara a nossa prática, embora, esta seja
conduzida realmente, de acordo com cada realidade que se apresenta através do
aluno que está sendo atendido. A complexidade humana requer muito mais que medição
de Coeficiente de Inteligência e vai mais além das teorias de como a criança
aprende. É no dia a dia, no conhecimento da totalidade do aluno em todos os
aspectos que o constitui como indivíduo que encontramos as respostas sobre o
caminho à percorrer no atendimento ao aluno com ah/sd.
Consideramos que conhecer
as teorias e a legislação que alicerça o atendimento das necessidades
educacionais desse alunado é sem dúvida imprescindível para a realização de um
trabalho seguro e eficaz.
Referências:
Angela M. R.
Virgolim (1997).
http://virgolim.wikispaces.com/file/view/O+indiv%C3%ADduo+superdotado.pdf
Visualizado em 10/03/14,
às 14:35